ATA DA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 21.12.1989.

 


Aos vinte e um dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e nove reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quinta Sessão Extraordinária da Quarta Sessão Legislativa Extraordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Flávio Koutzii, Gert Schinke, Giovani Gregol, Antonio Hohlfeldt, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Luiz Machado, Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e João Verle. A seguir, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e informou que, segundo Requerimento aprovado, do Ver. Giovani Gregol, esta Sessão teria espaço especial destinado a assinalar o transcurso do primeiro ano do assassinato do seringueiro, líder sindical e ecologista Chico Mendes. Em prosseguimento, solicitou aos Líderes de Bancadas que conduzissem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Valdir Fraga, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Sr. Celso Marques, Presidente da AGAPAN; Sra. Sara Stolnik, representando a ADFG-Amigos da Terra/Brasil; Sr. Wanderlan José Azambuja Lopes, representando o Deputado Estadual Mário Madureira; Sra. Marion Meirelles, representando a Secretaria Municipal da Cultura; e Ver. Lauro Hagemann, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Após, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Ver. Giovani Gregol, que em nome deste Legislativo Municipal e como autor da presente proposição, saudou os presentes e discorreu sobre a luta empreendida por Chico Mendes, não apenas em prol da preservação da floresta Amazônica, mas também pela autonomia do trabalhador e da posse da terra. Salientou sua atuação em defesa dessas bandeiras e questionou a não responsabilização, até agora, dos autores do assassinato dessa personalidade. Lembrou, ainda, que a luta continua, defendendo a criação da “reserva extrativista”, reforma agrária do seringueiro. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Sr. Celso Marques que, em nome da AGAPAN, agradeceu a realização deste espaço especial, destinado à memória do grande líder sindical e ecologista, Chico Mendes, e denunciou a ocorrência de outros crimes, da mesma natureza, a líderes daquela região e igualmente impunes. Às dez horas e quatorze minutos, o Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e encerrou o período Especial da Sessão, ocasião em que os trabalhos estiveram interrompidos. Às dez horas e dezesseis minutos, constatada a existência de “quorum”, os trabalhos foram reabertos e, conforme sugestão do Sr. Presidente, iniciados pelo período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Substitutivo, do Ver. Clóvis Brum, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 08/89. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. José Alvarenga, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, nesta data. Em prosseguimento, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente João Verle e, informando que S. Exa. já prestara compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo novamente, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Economia e defesa do Consumidor. Após, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 06/89, após ter sido discutido pelos Vereadores João Verle, Isaac Ainhorn, Airto Ferronato, João Dib, João Motta, Nelson Castan e Elói Guimarães, e encaminhado à votação pelos Vereadores Omar Ferri e Flávio koutzii. Ainda em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 106/89, após ter sido discutido pelos Vereadores Elói Guimarães e Airto Ferronato. Após, foi aprovado Requerimento do Ver. Flávio Koutzii, solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data, para o Projeto de lei do Executivo nº 106/89. Durante a Ordem do Dia, os trabalhos estiveram interrompidos das dez horas e vinte e dois minutos às dez horas e vinte e sete minutos, nos termos do artigo 84, III, do Regimento Interno. Às doze horas em um minutos, o Senhor Presidente levantou os trabalhos da presente Sessão, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ocorrer a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga, Lauro Hagemann, Wilton Araújo e Adroaldo Correa, e secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Wilton Araújo e Adroaldo Correa. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

 


O SR. PRESIDENTE: Os primeiros quinze minutos da Sessão, conforme Requerimento aprovado pelos companheiros Vereadores na data de 18 de agosto, no dia de hoje nós faremos uma homenagem, no caso, dedicada à passagem do 1º aniversário da morte do Chico Mendes, requerida pelo Ver. Giovani Gregol. Convidamos para fazer parte da Mesa o Sr. Celso Marques, Presidente da AGAPAN; Srª Sara Stolnik, representando a ADFG-Amigos da Terra/Brasil; Sr. Wanderlan José Azambuja Lopes, representando o Deputado Estadual Mário Madureira; Srª Marion Meirelles, representando a Secretaria Municipal da Cultura.

Com a palavra, o Ver. Giovani Gregol que falará em nome das Bancadas do PT, PDT, PSB, PMDB, PTB, PCB e PFL.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria, em primeiro lugar de saudar V. Exª como Presidente desta Casa; ao Prof° Celso Marques, Presidente da AGAPAN; a Srª Marion Meirelles, representando o Sr. Secretário de Cultura do Município de Porto Alegre; a Srª Sara Stolnik, representando a Ação Democrática Feminina Gaúcha Amigos da Terra/Brasil e o Sr. Wanderlan José Azambuja Lopes, representando o Deputado Estadual Mário Madureira, e depois colegas Vereadores, lideranças do movimento ecológico e outras pessoas aqui presentes. Eu gostaria também de agradecer, Sr. Presidente, a esta Casa e a todos, inclusive V. Exª que tornaram possível esta pequena homenagem ao nosso companheiro Chico Mendes. Nós sabemos que devido ao fato da Casa estar em regime de convocação extraordinária, foi difícil realizar esta homenagem, mas a Casa também presta o seu tributo a esse grande brasileiro que foi o Chico Mendes.

Eu queria iniciar dando alguns pequenos dados biográficos do Chico. O nome completo dele era Francisco Alves Mendes Filho. Quando foi assassinado, no dia 22 de dezembro do ano passado, tinha 44 anos, e o Chico tem uma longa história, muito bonita, aliás, que não podemos contar em detalhes, mas que vale a pena estudar a biografia de Chico, e nos perguntamos como surgiu lá do coração da floresta amazônica, no Estado do Acre, uma liderança do porte de Chico Mendes. Então, ele tem uma história desde menino, foi alfabetizado por uma pessoa que lhe ensinou e que tinha sido um militante dos movimentos operários e que foi parar lá no Acre e lhe ensinou a ler e escrever e que também lhe deu uma educação politizada e o Chico, como ele próprio dizia, que ele observava muito a realidade e procurava transformá-la. Iniciou sua vida ativista fundando o Sindicato dos trabalhadores rurais de Brasiléia, no interior do Acre, em 1975, quando foi eleito para Secretário-Geral desse mesmo Sindicato. Em 1976, participou de uma série de lutas dos seringueiros que começavam a se organizar sob sua liderança, para impedir os desmatamentos, os hoje famosos “empates” e, ao mesmo tempo, iniciou a luta pela posse da terra, contra o latifúndio. Em 1977, ele participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e, ocupando a presidência desse Sindicato, é que Chico foi assassinado, depois, em seguida substituído pelo seringueiro Júlio Barbosa, que já esteve visitando esta Casa. Naquela época, o Chico foi eleito Vereador pelo então MDB - Movimento Democrático Brasileiro, na Câmara Municipal de Xapuri e começou, em função das suas atividades, a sofrer as primeiras ameaças dos grandes fazendeiros daquela região. Em 1979, ele utilizou esse cargo de Vereador na Câmara de Xapuri para transformar aquela Casa num verdadeiro fórum de debates sobre a realidade, sobre a problemática da Região Amazônica em geral, e do Acre em particular, levando seringueiros, castanheiros, enfim, os povos da floresta a fazer as suas denúncias, as suas reivindicações. Em função dessa atividade ele, além de ser ameaçado, foi torturado, fato que não teve repercussão naquela oportunidade porque nós estávamos em plena ditadura militar e esse tipo de denúncia não era veiculada pela imprensa. Com o surgimento do Partido dos Trabalhadores, o Chico Mendes transformou-se num dos seus fundadores no Estado do Acre, participando inclusive de vários comícios de criação do Partido juntamente com Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda em 1980, Chico Mendes é enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido explícito dos fazendeiros da região, que procuravam envolvê-lo num justiçamento que houve naquela época, realizado por quarenta sem-terras ao fazendeiro que havia mandado assassinar o também companheiro Wilson Pinheiro que, na ocasião da sua morte, era o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. Em 1981, o Chico assumiu a presidência do Sindicato de Xapuri, que também havia ajudado a criar, e ocupou esse cargo até o fim dos seus dias. Em novembro de 1982, o Chico é candidato a deputado estadual pelo PT, fazendo uma grande votação, mas não conseguindo se eleger porque faltaram votos para a legenda. Foi um dos candidatos mais votados do Estado. Dois anos depois ele foi levado novamente a julgamento, pela Lei de Segurança Nacional, sendo absolvido por falta de provas. Em outubro de 1985, Chico deu um passo muito importante na luta pelos povos da floresta e liderou o primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros que ele mesmo havia idealizado. Na oportunidade é criado o Conselho Nacional de Seringueiros numa cidade que ficou mais conhecida a partir de março deste ano, após a morte do Chico, e que criou a aliança dos povos da floresta, que são povos tradicionalmente inimigos, ou seja, os seringueiros e castanheiros eram jogados pela pressão do latifúndio, pela pressão do próprio desenvolvimento do sistema capitalista que entra na Amazônia, contra os indígenas que sequer tinham ocupação reconhecida naquela região do Acre, e hoje têm. É a partir de então que o Chico passou a ser conhecido, através dos seus contatos, internacionalmente. Vendo a dificuldade de levar a sua luta ao nível nacional, o próprio Chico entendeu que era preciso influenciar aqueles centros de onde vem o dinheiro que provoca a destruição da floresta, que financia a construção das estradas, que financia a instalação dos grandes complexos agro-pecuários e assim por diante. É dessa forma que o Chico entra em contato com a ONU, recebeu, logo em seguida, a visita de alguns membros da Organização, os quais levaram um relatório sobre o que tiveram oportunidade de constatar no Acre à própria ONU e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento que, em função dessa constatação, viria a cancelar uma série de empréstimos aos planos de “desenvolvimento” da região. E o Chico começou sofrer pressão ainda maior daquela que ele já sofria, sendo acusado de antipatriota e um grande obstáculo ao desenvolvimento, entre aspas, ao progresso do Acre. Em função de suas lutas, ele vem a receber entre outras grandes comendas, o prêmio Global 500, oferecido pela ONU às pessoas que se destacaram atualmente no mundo em favor do meio ambiente. Ele começou a sofrer, já mais próximo de seu assassinato, uma pressão crescente. Já era mais do que público e notório, há mais de um ano antes de seu assassinato, que ele estava marcado para morrer, foram feitas uma série de denúncias por ele próprio, por seus companheiros inclusive no exterior. No entanto, a segurança que o Governo Federal e o Estado do Acre - ou melhor, o Estado do Acre, apenas - lhe propiciou, já que o Governo Federal não lhe propiciou nenhuma segurança, era extremamente carente, e, inclusive ele não tinha o próprio direito de portar uma arma, porque o Secretário de Segurança do Acre, na época, dizia que ele não estava ameaçado. Vejam só que ironia; o homem era conhecido em todo o mundo pela sua luta e que sobre ele pesava esta ameaça. Alguns meses antes de sua morte, o Chico praticamente já sabia que ia morrer. Inclusive disse isso nos seus depoimentos, escreveu isso em vários testemunhos que ele nos deixou, e ele tinha opção, inclusive foi conversando com Júlio Barbosa, com outro de seus companheiros, ele também era muito pressionado por eles para que abandonasse o Acre. Abandonasse a presidência do Sindicato do Xapuri e deixasse, inclusive, o Brasil, fosse fazer, sugeriam eles, deveria ele fazer um périplo pelo mundo, como ele já tinha visitado vários países, inclusive já tinha visitado a própria ONU onde foi homenageado, para que a situação aliviasse, a pressão diminuísse e ele pudesse viver pelo menos mais algum tempo, e a sua liderança que era um referencial muito grande e continua sendo para todos aqueles que lutam pela terra, por um sindicalismo combativo e pela ecologia no Brasil e no mundo, fosse preservada. E o Chico realmente optou por ficar plenamente consciente das conseqüências de seus atos e disse que depois dele a luta certamente continuaria e que ele queria ficar ali, entre os seus, lutando e que se tivesse que tombar tombaria e gostaria inclusive de ser um exemplo. E foi exatamente isso que aconteceu. O que nos espanta na morte do Chico além da sua premeditação, do fato público de que ele seria assassinado e por quem seria assassinado é que um ano depois ninguém foi julgado, ninguém foi condenado pelo assassinato do Chico. Agora, o Chico era uma pessoa extremamente simples e, inclusive, é incrível como ele conseguia aliar a sua simplicidade, a sua enorme simplicidade com a sua gigantesca vontade de lutar e ele já previu, também, que depois muitos transformariam o Chico ou o nome do Chico num mártir e até usariam, alguns com direito, alguns com procedência e outros nem tanto, o seu nome. De fato tivemos de lá para cá uma saraivada de homenagens muito justificadas de inaugurações de lugares, de estabelecimentos, de institutos com o nome de Chico Mendes e o Chico já havia avisado que não lhe agradava muito isso, ele preferia que o nome dele, se tivesse que ser usado, estivesse sempre ligado, Sr. Presidente, à famosa reserva extrativista que é um conceito que ele, se não criou, pelo menos ajudou a sistematizar. O que é uma reserva extrativista? Ainda na década de 1960 com seus companheiros e com o Conselho Nacional de Seringueiros e com os demais povos da Floresta ele, na luta pela terra, porque o Chico tinha essa grandeza, ele conseguiu sintetizar ou simbolizar inclusive na sua pessoa essas várias lutas do povo brasileiro e dos povos do mundo inteiro, por que não? Porque a luta pela terra, a luta pela reforma agrária, enfim, a luta pela organização autônoma e livre dos trabalhadores, a luta pela ecologia, a luta pela preservação das florestas, todas essas lutas foram integradas por Chico, daí inclusive acho o grande destaque que ele assumiu porque ele conseguiu juntar lutas que não eram novas, muito anteriores a ele e que ele conseguiu fundir numa luta única como de fato ocorre na realidade e dar um tratamento único, um tratamento integrado, inclusive com reivindicações específicas a estas lutas, como é o caso da reserva extrativista. E o Chico dizia que a reserva extrativista é a reforma agrária do seringueiro, é o reconhecimento de áreas da floresta, ocupadas tradicionalmente por seringueiros e outros povos extrativistas, como áreas de domínio da União, com usufruto exclusivo dos seringueiros, organizados em cooperativas ou em associações. Então, esta hoje é praticamente a única forma de preservar a Floresta Amazônica. Fora as áreas indígenas que têm que ser remarcadas, a reserva extrativista é a forma em que os próprios povos que vivem na e da floresta encontraram de continuar vivendo ali e, ao mesmo tempo, preservarem o seu meio de subsistência, porque estes povos da floresta, que formaram uma aliança, aonde eles existem, a floresta sobrevive, porque eles vivem da floresta, eles são os últimos interessados na sua destruição. De forma que nós, além do nome de Chico e do martírio de Chico, nós devemos divulgar a sua luta e as suas reivindicações, sendo a principal delas a criação e a expansão, por todo o território amazônico, das reservas extrativistas, propiciando assim a preservação, com a ocupação humana racional, sim, da última floresta tropical do planeta Terra e que é tão fundamental para nós brasileiros, inclusive para a sobrevivência e para o equilíbrio climático de todo o planeta Terra. É assim que eu concluo, agradecendo de novo a presença de todos vocês, para que nós marcássemos esta data. Quero dizer ainda que o Chico morreu, mas a nossa luta continua, não só lá, continua em todo o País, pela Reforma Agrária, pela ecologia e pela conquista de um Brasil melhor. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Sr. Celso Marques, Presidente da AGAPAN.

 

O SR. CELSO MARQUES: Sr. Presidente Valdir Fraga, demais Vereadores aqui presentes, companheiros das entidades ecológicas aqui presentes também, eu gostaria de homenagear a Câmara Municipal pela sensibilidade que tem demonstrado pelas questões ambientais e por esta homenagem ao Chico Mendes. Eu gostaria de deixar algumas palavras de registro neste evento. Colocar que para nós, ecologistas, Chico Mendes é uma figura simbólica muito importante e que ele foi o grande mártir da Amazônia, mas Chico Mendes não foi o primeiro, e nem o último, porque continuam a ocorrer assassinatos na Amazônia, na sua maior parte, mantidos na impunidade por um sistema policial e por um sistema judicial que estão mancomunados com o crime organizado. Queria comunicar para vocês que no dia 02 de novembro, na localidade de Curicara, na Região de Piracaba, Rio Maicuru, Lago Grande de Monte Alegre, Estado do Pará, mais um ecologista foi assassinado. Ele é o Henrique Cristo de Carvalho, foi emboscado e morto a vinte metros de sua casa, diante de sua mulher grávida, e de mais cinco filhos. O Henrique era representante local da SOPREN, e estava lutando contras as queimadas na região, provocadas pelos pecuaristas, e contra a pesca predatória no Lago de Monte Alegre. Pistoleiros de aluguel e fazendeiros mandantes foram presos, mas logo em seguida liberados. A viúva do Henrique, desesperada, incendiou sua casa, e foi embora, e está sendo sustentada pela SOPREN, e o crime continua, como no caso de Chico Mendes, na mais absoluta impunidade. Queria deixar um registro, porque sem dúvida, Chico Mendes era uma personalidade excepcional, um homem sem substitutos até agora, porque a formação de uma grande liderança não é um fenômeno facilmente substituível por outros, ele deixou um grande vazio, um grande espaço nas lutas da Amazônia que ainda não foi preenchido e que talvez não seja preenchido. Mas ao lado de Chico Mendes existem muitos outros que não têm a sua estatura, mas que não tem menor valor, e que continuam sendo constantemente assassinados. Eu acho que nesta Sessão de hoje poderia a homenagem ser estendida não apenas a Chico Mendes, mas aos outros ecologistas que têm tombado na defesa do nosso patrimônio cultural e natural, na defesa do futuro do nosso País. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerramos a homenagem, agradecendo a presença do Sr. Celso Marques, Presidente da AGAPAN; da Srª Sara Stolnik e do Sr. Wanderlan Azambuja Lopes.

Suspendemos os trabalhos da presente Sessão e convocamos os Srs. Vereadores para a continuação dos trabalhos dentro de um minuto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h15min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga - às 10h16min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.

A Mesa vai colocar em votação a inversão dos trabalhos, passando, imediatamente, à Pauta. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2696/89 – SUBSTITUTIVO ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/89, de autoria do Ver. Clóvis Brum, que institui e disciplina a Taxa de Fiscalização de Anúncios - TFA.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há orador inscrito para discutir a Pauta.

Suspenderemos os trabalhos para a reunião conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h21min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Wilton Araújo - às 10h27min): Havendo “quorum”, passamos à

 

ordem do dia

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 2694/89 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/89, que altera o art. 16 da Lei Complementar nº 197/89 (ITBI).

 

Parecer:

- da Comissão Especial. Relator Geral Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Com a palavra, o Ver. João Verle. Serão permitidos apartes.

 

O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto de Lei Complementar que está em discussão visa introduzir modificações no Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, modalidade inter-vivos, que, como é do conhecimento geral, voltou para o Município com a Constituição de 05.10.1988. Foi feito um desdobramento no Imposto Transmissão de Bens Imóveis. Na modalidade causa mortis, herança e doações ficaram com o Estado e a modalidade intervivos passou para o Município. Nós, esta mesma Casa, aprovou no início deste ano um Projeto do Executivo onde se fixava basicamente a alíquota de 3% para todas as transações imobiliárias realizadas no Município de Porto Alegre. Importante dizer-se que na ocasião a nova Administração já tinha encaminhado um Projeto propondo alíquotas progressivas na medida em que se entende que por se tratar de um imposto direito, que grava a transmissão da propriedade, importante que se faça diferenciação entre os valores das transações e se estabeleçam alíquotas diferenciadas com vistas a reduzir o valor a ser pago pelos que transacionam imóveis de valores menores e que aqueles que adquirem imóveis mais valorizados paguem esta diferença, que é uma forma ainda que muito débil que tem o Município de promover a redistribuição de renda. Nós já dissemos repetidas vezes, que a capacidade do Município no que se refere à arrecadação de tributos é muito pequena. Do bolo tributário nacional, o Município arrecada apenas 5%. Portanto, a sua capacidade de promover a distribuição de renda também muito pequena. Mas nós entendemos que todas as oportunidades, todas as possibilidades devem ser exploradas, porque a justiça social deve ser princípio fundamental de qualquer Administração, e digo mais, de qualquer pessoa neste País ou em qualquer outro. Nesse sentido, na ocasião, a nossa proposta não foi acolhida por esta Casa - a proposta do Executivo - foi aprovada a alíquota única. É bom que se diga que quando este imposto era do Estado, a alíquota era 2%. Era também de 4% no que se relaciona na casualidade causa mortis. E o Estado do Rio Grande do Sul aprovou para o ITBI causa mortis, uma alíquota progressiva de 2 a 8%, proposta encaminhada pela Bancada do PT na Assembléia Legislativa, e que teve acolhida da maioria de seus membros, e o Projeto foi sancionado pelo Sr. Governador do Estado. Portanto, o comportamento do PT é um só em se tratando de tratamento das questões tributárias, nunca reduzir a receita do Poder Público, e tão pouco penalizar a população, os contribuintes de forma indiscriminada, e sempre buscar redistribuir esta carga tributária de forma a fazer com que aqueles que podem pagar mais efetivamente paguem para reduzir a parcela daqueles que têm menos, que podem menos. Assim, novamente volto a esta Casa na ocasião em que se encaminhou uma série de propostas para modificar o perfil da receita do Município de Porto Alegre, uma proposta para tentar novamente introduzir a progressividade no imposto; progressividade que é perfeitamente legal, tem amparo na Constituição, tem pareceres favoráveis de todos os entendidos na matéria, portanto, do ponto de vista jurídico é inquestionável, e do ponto de vista social, penso que ninguém questionaria, salvo alguns poucos que estivessem interessados em promover ou manter o estado de coisas, de favorecer aqueles que têm mais. Neste sentido, é importante dizer - se também que no que se relaciona com aumento da receita, melhoria da receita do Município, esta proposta contribui em muito pouco, simulações que a Secretaria da Fazenda fez com transações dos meses de abril a setembro, constatou-se que se estivesse em vigor que ora se propõe a receita seria essencialmente a mesma, talvez com pequeno percentual positivo. Então, não se está com este Projeto buscando aumento de receita, poderia parecer até paradoxal que se mande um Projeto quando se está tratando de aumentar a receita, de melhorar a situação das combalidas finanças do Município, um Projeto que não venha a aumentar a receita, mas ele está dentro daquela coerência que nós queremos manter e que penso que a maioria desta Casa terá sensibilidade de fazer, porque, como eu ia dizendo, nessa mesma simulação onde se constatou que a receita seria basicamente a mesma, constatou-se um outro fenômeno muito interessante e que é perfeitamente previsível: que com as alíquotas progressivas, como a maioria das transações são de imóveis de valor menor, 75% dos contribuintes teriam pago menos imposto e apenas 25% das transações pagaria mais, com isso, equilibrando-se, portanto, a receita que advém desse tributo. Esta é, fundamentalmente, a razão que nos moveu, porque se comprova, na prática, a teoria de que efetivamente a progressividade das alíquotas beneficia ¾ dos contribuintes desse tributo, penalizando-se, assim se pode dizer, apenas ¼ parte. Com isso nós estamos, repito, fazendo justiça social. Eu sei que pequena, eu sei que mínima, mas devemos aproveitar todas as oportunidades para assim proceder. Do ponto de vista operacional, não há problema maior para o Poder Público Municipal, para a Secretaria da Fazenda fazer os cálculos, cobrar o tributo. Então, concluo dizendo que no caso específico do ITBI, o que se busca não é aumentar, não é penalizar o contribuinte, muito menos a população de Porto Alegre, porque o número de transações imobiliárias, relativamente pequeno e porque 75% das transações terão o imposto reduzido. Esta é a idéia fundamental, é a proposta que nós estamos defendendo através desse Projeto. Neste sentido, embora o Parecer do Relator tenha sido contrário e seus argumentos, com todo respeito que me merece o Ver. Isaac Ainhorn, não são convincentes, eu penso que efetivamente as razões que motivaram o encaminhamento desse Projeto são sólidas, os argumentos que justificam sua aprovação são convincentes e, nesse sentido, insistimos com os companheiros para que tenham sensibilidade em aprová-lo. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra, com o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é tão bom esse Projeto que por duas ou três vezes já chegou ofício do Sr. Prefeito para retirá-lo. Certamente ninguém está muito convicto, com relação a esse Projeto que visa alterar o imposto de transmissão sobre bens imóveis e intervivos, nem o Prefeito. Agora, pelo que vejo, há um botton novo aqui no Plenário e que diz: Reforma tributária, esta é a receita! Vejam V. Exas onde é que a população de Porto Alegre vai parar com essa série desenfreada de aumentos. Certamente os Srs. Vereadores não vão ao supermercado, certamente os Srs. Vereadores não vão às lojas de vestuário com suas esposas muitas vezes...

O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Como V. Exª vê, andamos raquíticos e desleixados!

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não é por isso, V. Exas não vão a supermercados, talvez, porque sejam machistas e transferem a obrigação para as esposas. Agora, pagam os cheques, as obrigações das escolas particulares. A conta de luz aumenta mês a mês. O que quero mostrar é que é verdadeiramente impossível aprovar esse pacote fiscal e dentre essas medidas diz-se que esse é um imposto normal, é um imposto excepcional, porque o sujeito quando vai comprar um imóvel ele já está preparado e com recursos necessários.

Mas o quê? Querem acabar com a classe média, simplesmente, em nosso País? A Administração Popular quer simplesmente liquidar com a classe média através da criação de taxas e impostos e aumentos de tudo que é espécie na cidade de Porto Alegre? Vejam V. Exas, o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, Intervivos, no Estado era dois, quando se fez a Reforma Tributária e se escalonaram as transferências de tributo o que se pensou, qual foi o objetivo? Era repassar para o Município alguns tributos que estavam em outras órbitas. Mas não repassar aumentando-a. E o que se fez? Repassou-se sempre com esta visão tributarista, fiscalista de aumento do tributo, de botar mais dinheiro para dentro do Estado. Quando temos que buscar, Ver. Vicente Dutra, exatamente este equilíbrio entre a sociedade e o Estado. O Estado quer cada vez mais crescer e abarcar tudo nesta visão e nesta concepção tributarista. Por que não passamos para 2% para o Município? Simplesmente transferir o imposto para continuar mantendo as possibilidades da realização das transações comerciais numa sociedade de economia de mercado? Não. Passou para o Município e a primeira coisa que se fez foi aumentar de 2 para 3%, na época, com o meu voto contrário e com declaração de voto formulada por mim e pelo meu Líder da Bancada, então, Ver. Vieira da Cunha. Nós nos insurgíamos, tanto nos insurgíamos com aquela Emenda que, já à época, o Ver. Flávio Koutzii apresentava Emenda de alíquotas progressivas. Mas sentindo que não ia passar esta Emenda, com a sua habilidade - era novo na Casa, mas já tinha uma “cancha” muito antiga - ele sentiu que a progressiva de 2 a 5% não passava, ele negociou os 2% e conseguiu passar os 2% num Projeto que surpreendentemente teve pouquíssima discussão nesta Casa, melhor dito: não teve discussão o Projeto, e passou para 3% em menos de 5 minutos, rapidamente, o tributo. Então, foi para isto que se fez toda a estrutura do repasse de tributo, do âmbito federal para o estadual, e do estadual para o municipal? Ou foi pra repassar tributos para a esfera do Município nos mesmos patamares? No final quem sempre sai pagando é a população, o munícipe, passou de 2% para 3%. Assim como o IVVC, a Constituição disse até 3%, todo o mundo tocou 3%. Lógico que podia ser até 3%, com a sustentação perfeita do Ver. Omar Ferri, que agora se afastou do Plenário, é o grande sustentador do IVVC, da constitucionalidade. O Ver. Vieira da Cunha chegou a rasgar, num gesto cinematográfico, a portaria do CNP. Mas, acabou ficando em 3% o IVVC. Mas, agora o que quer a Administração Municipal no ITBI, depois de fazer várias tentativas, retira ou não retira? O Ver. Cyro Martini perguntava se o Projeto não havia sido retirado. O atento Ver. Clóvis Brum também se passou, já não sabia que o Projeto estava sendo discutido, acabou o Projeto ficando aqui.

Ainda sugiro ao Líder da Bancada da Administração da nossa Cidade, que o melhor caminho é não perdermos aqui todo este tempo de discussão, o melhor caminho é a retirada do Projeto do ITBI, porque a proposta progressiva sempre vem com aquele argumento, e o Ver. Verle já disse que não vai aumentar o imposto, apenas faz uma escala progressiva. Espero que o Vereador, hoje não venha com uma projeção computadorizada, informatizada da PROCEMPA fazendo projeções e quadrinhos, mostrando que não vai aumentar. Mas, na prática, efetivamente, vai aumentar. O que está se buscando é o que está neste botton que o Ver. Flávio Koutzii e o Ver. Omar Ferri trazem ao peito: “mais receita”. Quem paga esta receita é o povo. Gostaria que hoje o Ver. Omar Ferri fosse com este botton no programa, vou assistir à televisão para ver se ele vai aparecer frente aos seus eleitores, ao seu potencial enorme de eleitores para o ano que vem, com o botton pedindo reforma tributária. Vou assistir para ver se ele vai pedir mais receita para os telespectadores no Canal 2, às 7 horas. Todo o mundo sabe que na hora da operação imobiliária, os custos são enormes, é despesa de escritura, de transcrição junto ao Cartório de Registro de Imóveis, é o corretor de imóveis e era 2% o ITBI. Já é três e agora querem fazer uma escala progressiva de 2 a 6%, ainda mais arrojada do que a do Ver. Koutzii, que era de 2 a 5%. Evidentemente que nós, na condição de relatores desse Projeto, manifestamos posição pela rejeição da proposta. Não tem condições de prosperar esta pretensão de aumento progressivo. Tem que haver mais criatividade, que não seja a solução simplista de aumento de tributos. Isto eu disse ao Prefeito Olívio Dutra. O aumento do ITBI é um destes. Noto que a atenta assessoria da Secretaria Municipal da Fazenda ouve com certo ar crítico as minhas considerações, mas efetivamente é impossível aprovar esse Projeto. Acho que esse Projeto tem que ser amadurecido para o ano que vem. Sr. Presidente, na forma regimental, requeiro meu tempo de Relator para que eu possa conceder os apartes devidos.

 

O SR. PRESIDENTE (Adroaldo Corrêa): V. Exª tem mais dez minutos.

 

O Sr. Décio Schauren: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Esta semana peguei o Jornal Zero Hora e olhei o valor de alguns apartamentos que estão à venda. Tem um no valor de 180 mil cruzados, e calculei pelo ITBI atual e pela proposta. Então, pelo atual pagaria 5.400,00 e, pelo novo, 4.152,00. Outro apartamento: de 250 mil cruzados, pelo atual pagaria 7.500 e pelo novo 6.258, é menos; um apartamento de 360 mil, pelo ITBI atual paga 10.800,00 cruzados pelo novo, 10.658,00 cruzados ainda baixo; agora, peguei uma cobertura na Marquês do Pombal no valor de um milhão e quinhentos, aí sim, em vez de quarenta e cinco mil pagaria setenta e seis mil.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu acho que estes valores que V. Exª está referindo não passariam pela diligente assessoria que iria fazer a avaliação do imóvel. Porque eles são duros na avaliação do imóvel, tem gente que quer vender para a Secretaria Municipal da Fazenda pelo preço das avaliações, o Ver. Gregol olha assim espantado, mas é diferente a avaliação do valor venal para efeito de tributação do imposto do IPTU da avaliação para efeito de venda, são diferentes. O valor venal é defasado, embora devesse ter o valor de mercado. Olha, este valor do Jornal Zero Hora para o pessoal da Fazenda não serve porque, como diz o Ver. Dib, ele como bom árabe e bom de conta como é, viu uma cobertura a um mil e quinhentos cruzados, ele já quis botar a letra dele, ele vai conversar com V. Exª para mostrar o anúncio porque ele vai querer comprar, porque lá no Moinhos de Vento não tem cobertura por um mil e quinhentos cruzados, porque um metro quadrado no Moinhos de Vento, hoje, Vereador e eu me amparo aqui até do Secretário da Fazenda, o Ver. Verle, e da Assessoria, está dez mil cruzados o m2. Esta cobertura deve ser quarto e sala, lá em cima com uma área aberta.

 

O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)Ver. Isaac Ainhorn, V. Exª usou de um argumento que me chamou a atenção. V. Exª afirmou que querem acabar com a classe média, eu sou classe média, os nossos companheiros aqui, a maioria é classe média, acho que todos são classe média, porque quem ganha 17 mil cruzados por mês, que parece que é o que nós estamos ganhando atualmente...

 

O SR. ISAAC AINHORN: Estão pagando menos para V. Exª porque estamos ganhando 23.700,00 bruto. Com desconto de imposto dá Ncz$ 20.000,00 porque nós não pagamos o fundo.

 

O Sr. Omar Ferri: Isto vocês devem a mim e ao meu prezado Líder do PDT, Vieira da Cunha. Para mim, o Líder do PDT ainda é o Ver. Vieira da Cunha, aliás, um grande Líder. Mas parece que querem destruir a classe média. Em primeiro lugar, nenhum país resiste a uma inflação de 60% ao mês. E dizem que querem destruir a classe média. Mas o culpado pela inflação não é o Governo municipal.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Este era o argumento de nossa Bancada, quando o Ver. Antonio Hohlfeldt nos criticava nos aumentos da tarifa de ônibus, na Administração do Prefeito Collares. Nós dizíamos que era o Governo Federal e ele repetia que não, que quem dava o aumento era o Prefeito e o Secretário. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já dizia o poeta Camões.

 

O Sr. Omar Ferri: E vejo aqui matéria de chamada do Jornal do Comércio: “Combustível aumenta 39%, na média”. Eu gostaria que algum dos senhores Vereadores proclamasse publicamente que não usa automóvel e que o combustível não repercute na sua vida. Com exceção do Ver. Gert Schinke, que me parece que ainda usa o velocípede, acho que todos usam carro. Eu me lembro que quando foi instituído aqui o Imposto sobre Combustíveis líquidos e gasosos eu quase fui agredido pela Bancada do PDT, me acusaram, eu que queria a instituição do IVV, juntamente com o Ver. João Dib, eu quase fui biologicamente assassinado, porque politicamente eu fui, porque o PDT gritava em altos brados, histericamente: “Como vamos permitir que o povo seja onerado com mais 3% de aumento da gasolina, combustíveis, etc.” Agora, vejam bem, esquecemos o problema federal, a gasolina está aumentando 40%, o custo de vida aumenta 60% ao mês, ou mais. E V. Exª está acusando este governo municipal, que eu não tenho nada a ver com ele porque sou do PSB, de culpado pelo extermínio da classe média. Aquela tentativa de assassinato de mim e do Dib parece que querem passar para o Governo de Porto Alegre.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu não disse isto. Para minha satisfação, e da minha Bancada, graças a Deus, e para o povo brasileiro, PT e o Prefeito estão mais flexíveis, acho que essa eleição, essa nossa aliança, que V. Exª também integrou...

 

O Sr. Omar Ferri: Porque estou disposto a falar com o Prefeito Municipal.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas ele pode vir a ser um dos culpados, a passar o pacote fiscal, na forma integral como está, ele está contribuindo, ele está colocando a sua pá de cal em cima da classe média.

 

O Sr. Omar Ferri: No item, por exemplo, do IPTU, há ou não há injustiça social? Os freios propostos pela Administração criaram, ou não, injustiça tributária nesta Cidade? Tem apartamento, um do lado do outro, tem terreno um do lado do outro...

 

O SR. ISAAC AINHORN: V. Exª acha que o mutuário do SFH, ou o inquilino tem condições de pagar o aumento de 8 mil por cento?

 

O Sr. Omar Ferri: É um outro problema.

 

O SR. ISAAC AINHORN: É o mesmo problema, é IPTU.

 

O Sr. Omar Ferri: Em terrenos de 16ha pagando ninharias...

 

O SR. ISAAC AINHORN: E V. Exª está comparando o proprietário de um terreno de 16ha, com um modesto proprietário de um 10x30, e ele vai cometer o crime de investir num terreno em vez de comprar dólar.

 

O Sr. Omar Ferri: Sim, aí, qual é o problema, não estou entendendo.

 

O SR. ISAAC AINHORN: O proprietário de um terreno de 3ha está sendo igualado a um pequeno investidor que tem um terreno de 10x30. É justo isso? Temos que dar tratamento desigual para os desiguais. Não podemos comparar um especulador imobiliário com o Vereador Omar Ferri, que tem a sua casa e mais um terreno que com luta, sangue e suor comprou para a sua família.

 

O Sr. Omar Ferri: Uma casa e um terreno de três mil m2 e nenhum tijolo comprei com o dinheiro público ou com dinheiro mal havido, posso dizer publicamente isso. Alguma objeção? Dinheiro ganho honradamente no desempenho da minha atividade profissional.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Exatamente, mas V. Exª acha que pode comparar um homem de classe média, que tem dois terrenos, um como investimento, que preferiu investir no seu País?

 

O Sr. Omar Ferri: Mas esse de 16ha não é investimento, é especulação.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Mas a esse me filio à corrente de que deve ser um imposto progressivo e alto: agora, quero diferenciar o proprietário de um terreno com outro que possui cem terrenos e que usa os terrenos para especular, para ganhar mais dinheiro.

 

O Sr. Omar Ferri: E é verdade ou não é verdade que o governo de V. Exª impôs freios fiscais e estes freios determinaram a injustiça tributária programada pela Secretaria Municipal da Fazenda?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não é verdade. Nós temos que estabelecer, em primeiro lugar, os freios. Agora, V. Exª tem que compreender e ter uma visão mais global das coisas, que os freios foram colocados para também impedir a penalidade dos proprietários de imóveis em Porto Alegre, porque não é crime o sujeito morar na Vila Assunção, nem no Cristal, nem em Petrópolis e nem no Moinhos de Vento, nem em Ipanema. Simplesmente não é crime, Vereador, e ele não pode sofrer um aumento de oito mil por cento porque ele, simplesmente, vai ser exterminado e o prefeito Olívio Dutra...

(Aparte anti-regimental do Ver. Omar Ferri.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não, ele está ajudando, com uma pequena pá de cal, a exterminar com a classe média. Ele não está exterminando, ele está contribuindo.

(Aparte do Ver. Omar Ferri simultâneo com o do orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Absolutamente, eu quero uma alternativa equilibrada que viabilize a receita da Administração Popular para que ela faça as obras que até hoje não fez.

 

O Sr. Omar Ferri: Mas há Vereadores que descaracterizam as proposições do Executivo com a apresentação de “milhares” de emendas.

 

O SR. ISAAC AINHORN: V. Exª não quer discutir os projetos? V. Exª não quer que os Vereadores apresentem emendas, e V. Exª só quer o silêncio: “os que estiverem a favor permaneçam como se encontram. Aprovado”. E, simplesmente, os projetos saem daqui sem discussão, sem debate e sem o aprofundamento da questão.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Omar Ferri.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador o tempo de V. Exª está esgotado.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu agradeço à Mesa a condescendência pelo tempo passou e volto a dizer, voltando ao ITBI, entendo que este projeto, dentro do conjunto, é mais uma carga tributária que onera o contribuinte. E mais, com relação especificamente ao pacote tributário, a nossa Bancada, Vereador, já deu exemplo do que não quer inviabilizar. O primeiro projeto aprovado foi a Unidade de Referência Municipal, nós temos a responsabilidade, como Vereadores, e como uma Bancada de um partido que tem 12 Vereadores com assento nesta Casa, e aprovaram, os Vereadores do PDT, todos os projetos, agora não são obrigados a aprovar tudo, querem ver, melhorar, para aprovar. Felizmente, conquistamos o direito de emendar em matéria tributária e V. Exª quer retirar isto? Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, “em time que está jogando bem não se faz alteração”. O Executivo Municipal tem tamanha sede - e eu vou repetir o que eu já disse - de recursos financeiros, que é muito maior do que a sede que os habitantes da Zona Sul sofreram em razão de um absurdo racionamento d’água.

Mas o nosso Secretário da Fazendo disse aqui que a alteração proposta no ITBI contribui com muito pouco mais para o erário municipal e, na realidade, este ano, quando se debateu aqui o ITBI, o Ver. Dilamar Machado, contrário àquela escala crescente de 2% até 6%, progressiva, propôs 3% e o Secretário da fazenda, imediatamente, disse: É meu, ficou com 3%. E a coisa começou a funcionar sem maiores reclamações. Então, a idéia do Ver. Dilamar Machado, na oportunidade, foi considerada boa e a população parece que recebeu bem, mas era 2% e o Município doou mais 50% do que normalmente deveria receber, só 2% é o que o Estado tinha. E nestas tantas idas e vindas de ofícios da Administração Municipal - apresenta, retira; retira apresenta, já não sei qual é - seria conveniente até que houvesse um ofício retirando o projeto, porque eu até pensei em fazer uma Emenda, atendendo a preocupação do Secretário da Fazenda, de que 75% dos imóveis seriam beneficiados e até pensei fazer a Emenda restringindo itens do Art. 16, ficando apenas reduzindo os 2% para aqueles que tivessem que pagar 700 Unidades de Referência Municipal, quer dizer, aqueles que comprassem imóveis em janeiro, no valor de até 164.500,00 cruzados - é difícil encontrar um imóvel por esse preço - pagaríamos 2%. Mas se eu disse que “em time que está jogando bem a gente não mexe”, eu seria incoerente em apresentar esta proposição e, portanto, não vou usar o direito da Liderança de apresentar a Emenda, para que imóveis de até 700 URM fossem contribuintes de 2% e não de 3%. Eu sugerira que não se fizesse outra coisa se não rejeitar o Projeto do Executivo. Está funcionando bem, deixa funcionar, chega de complicação, chega de querer tanto dinheiro, por que as coisas que até agora estão sendo feitas vão carrear muitos recursos ao Município. Portanto, eu estou encaminhando e acredito que seja esta a posição dos quatro Vereadores, só fui consultar dois mais, de que se rejeite o Projeto sem maiores delongas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acredito que o momento se perdeu, o momento ímpar para se buscar, quanto a este imposto, a progressividade. E este momento teria sido em janeiro ou fevereiro quando se discutia a instituição deste Projeto no Município de Porto Alegre. E, naquele momento, quando se caminhava para a progressividade, onde o Ver. Flávio Koutzii apresentava uma Emenda ao Projeto original, propondo que esta progressividade giraria em torno de 2 a 5% da alíquota, eu, particularmente, que recém assumia uma cadeira nesta Casa, dizia o seguinte: como nós temos uma alíquota estadual de 2%, o caminho seria iniciar-se com faixas menores de 2%, e faixas além dos 2%, para suplementar, naquele momento, justiça fiscal. E dizia que aqueles 2 a 5%, na verdade, estaria penalizando, sobremaneira, o contribuinte. Por que? Porque partia da alíquota já existente e única, de 2%, e iria crescendo de 2 a 5%; a minha visão era de que se fizesse alguma coisa partindo-se de menos de 2%. E, eu me lembro que o Ver. Vieira da Cunha, então Líder do PDT, apresentou uma Emenda onde colocava 1, 5, 2, 3, 4 e 5%, senão me falha a memória, e eu dizia que era alguma coisa muito simplista, chegar-se no dia da votação e apresentar alíquotas abaixo, sem uma análise mais profunda dos reflexos de como esta alíquota se comportaria. E digo, hoje, o seguinte: é verdade que tínhamos uma alíquota estadual de 2%, e eu não sei porque, numa velocidade espantosa, numa reunião de Lideranças com o Secretário e com o Sr. Prefeito chegou-se a uma conclusão de lideranças, e mais, dos componentes daquela Comissão Especial que tratava deste imposto, da qual não participei, de que a alíquota passaria a 3% e seria única; votei favorável. Agora, favorável, porém não satisfeito com o que estava votando. Votei porque, naquele momento, parecia que teria havido um consenso entre as Lideranças, o Executivo, o Sr. Secretário, o Prefeito e aqueles Vereadores da Comissão Especial. Hoje, o imposto, sobe de 2% para até 6% na alíquota, ou seja, maior do que a proposta original do Ver. Flávio Koutzii.

Então, entendemos que não é o melhor momento para se discutir essas alterações, até mesmo porque, conforme informação do próprio Secretário da Fazenda, se passar 2 a 5% o Secretário diz que não haveria um acréscimo real neste imposto em relação à Receita e em comparação com os 3% atuais. Portanto, nós acreditamos que da forma como está, e como o próprio Sr. Secretário, nosso estimado Ver. Verle, veio a essa tribuna, recentemente, hoje, ainda pela manhã, dizer que o acréscimo financeiro decorrente desse reajuste não traria reflexos maiores nas finanças do Município, nós vemos que não seria o melhor momento para se avaliar com mais cuidado este Projeto. Portanto, somos de posições contrárias a ele, neste momento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Motta, inscrito para discutir.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria apenas, rapidamente, não pretendo usar todo o tempo, situar um pouco melhor a idéia e o princípio que encaminha esta Proposta da progressividade, e que contraria a lógica estabelecida aqui há pouco tempo, há poucos instantes atrás pelo Ver. Isaac Ainhorn, na medida em que todo o pronunciamento do Ver. Isaac Ainhorn passou, desconsiderou duas idéias chaves que fundamentam a idéia da progressividade. Primeiro dado: o Ver. Isaac Ainhorn, no seu pronunciamento, não reconheceu, desta vez - às vezes ele reconhece - que há hoje, essa situação que o contribuinte possui, cada um, a sua capacidade de contribuir, enquanto sujeito passivo de um determinado imposto, portanto, desconsiderou aquilo que genericamente se fala como sendo a capacidade contributiva de cada contribuinte, individualmente considerada, evidentemente, que é diferente; o segundo dado que também foi encoberto ou omitido pelo pronunciamento do Ver. Isaac Ainhorn é que há, evidentemente, uma diferença entre cobrar 3% de alguém que tem um poder aquisitivo alto, e de alguém que possui um poder aquisitivo baixo. Evidentemente, é injusto cobrar-se 3% “a varrer”. Trabalhando um exemplo aqui meio grotesco, mas que serve para ilustrar esta situação, é óbvio que é injusto que alguém que venda ou compre um imóvel de valor baixo pague o mesmo imposto de alguém que compre ou venda imóvel de valor alto. Isso é evidente. Isso se configura, enfim, uma situação de injustiça fiscal.

A idéia da progressividade ela não está e não pode ser associada a esta idéia que há um aumento mecânico e automático de impostos sobre o contribuinte. É uma argumentação complemente infundada esta. Portanto, esta lógica do Ver. Isaac Ainhorn, fundamentada e levantada aqui na sua intervenção, só pode ter uma aceitação se ela encobrir estes dois dados, estas duas informações. Apenas para repetir: 1º, que a situação real hoje é de que há evidentemente esta diferença de capacidade de contribuir, de cada sujeito que paga o imposto, e, 2º, que é evidente que pagar 3% um cidadão que possui uma renda alta, bem como um cidadão que possui uma renda baixa, um imóvel de valor alto, bem como um imóvel de valor baixo, configura, de fato, uma situação de injustiça social. Portanto, o objeto e o princípio político que norteia toda esta discussão sobre o ITBI, no que diz respeito à fixação de sua alíquota, é exatamente este princípio. Infelizmente, o Ver. Isaac Ainhorn parece que é a favor de manter essa injustiça tributária, que é cobrar uma alíquota igual para aqueles que possuem capacidades diferentes. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Último inscrito para discussão, o Ver. Nelson Castan.

 

O SR. NELSON CASTAN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu entendo que a discussão correta que nós devemos levar aqui nesta Casa para avaliar e ponderar bem a respeito do pacote tributário, encaminhado pelo Executivo, necessariamente, obrigatoriamente, pensar em termos globais o significado e o efeito desse conjunto de tributos que o Sr. Prefeito Municipal, na melhor das intenções, premido pelas necessidades da sua função, nos encaminhou para discutir e avaliar. Então, os Vereadores têm a obrigação de saber que muitos impostos que nós estamos discutindo hoje, pela manhã, hoje à tarde e amanhã, ao longo do dia, já são impostos que serão corrigidos pela Unidade de Referência Municipal. Esse Projeto, criando a URM, já foi aprovado por esta Casa. Então, podemos dizer que já há uma conquista palpável por parte do Executivo com o apoio, com a concordância da Câmara Municipal de Vereadores. Então, quando nós discutimos o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, nós temos que englobar algo que já foi aprovado e temos que considerar coisas que estão, daqui para frente, para serem avaliadas. É evidente que o ITBI já sofreu um aumento de 50% na sua carga tributária no primeiro semestre deste ano. Quando esse Imposto estava na alçada do Estado, era de 2%, passou a ser de 3%, o que significa 50% de aumento na carga tributária. Então, tudo que é avaliado daqui para frente, nós não podemos esquecer o que já foi aprovado. Da mesma forma, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero fazer um apelo a muitos companheiros Vereadores. Em primeiro lugar, eu quero chamar a atenção do companheiro Líder da Bancada do PT, Flávio Koutzii, do meu amigo e conhecido de há muito tempo Ver. Verle, Secretário da Fazenda, para que aquela sugestão que foi apresentada a ele ontem receba, por parte da Prefeitura, a consideração que ela merece, e receba de forma prática, havendo uma ressonância, por parte dos técnicos da Secretaria Municipal da Fazenda, em termos da repercussão que aquilo vai trazer. Não é nosso objetivo, ao emendar o IPTU, sacrificar, tirar recursos da Prefeitura, mas é simplesmente cuidar para que a imposição, o gravame sobre o contribuinte não seja extorsivo como está previsto. Na justificativa, digo que o Sr. Prefeito Municipal não tinha noção completa sobre o significado daqueles dados que estão contidos no cálculo do IPTU. É importante que o Secretário Verle, que os assessores da Secretaria Municipal da Fazenda sejam receptivos à argumentação apresentada na minha Emenda. Saibam V. Exas que fiz esse trabalho, que é um trabalho técnico, como economista sei o que estou dizendo ali, mostrando claramente todas as implicações, todo o significado do aumento previsto no Projeto do Executivo. Portanto, entendo que, como Vereador, como especialista e como pessoa, tenho condições de discutir de igual para igual com o Secretário Verle, meu colega da Sociedade de Economia, com os técnicos da Secretaria Municipal da Fazenda, e se for o caso podemos discutir e chegar à verdade dos números. Não acho que exista má fé. Absolutamente! O que existem são interpretações dos dados e sabemos, como economistas, como estatísticos, que podem ir para cá ou para lá, e a diferença pode ser espantosa. Faço uma previsão de que, a viger o Projeto do Executivo, mesmo com as Emendas do Ver. Isaac Ainhorn, o aumento real do IPTU, no global, em Porto Alegre, e estou baseado nos próprios dados fornecidos pela Secretaria Municipal da Fazenda que foram distribuídos a todos os Vereadores da Casa, o aumento real será de 1.000%, ou seja, além dos 1700% da inflação, teremos, onerando o povo de Porto Alegre, mais 1.000%, num total de 2.700% de aumento da carga tributária nominal. Estou dizendo isso em termos globais. Pedi ao Secretário Verle que faça uma simulação para ver o impacto nas várias faixas de valor venal do imóvel. Já discuti com o Ver. João Dib a essência do Projeto, da minha Emenda, já fiz um apelo ao Líder da minha Bancada, Ver. Dilamar Machado, para que aquela argumentação seja discutida e considerada no seu mérito, na sua essência. Fiz um apelo ao Ver. Isaac, que é autor de uma Emenda importante e de uma série de Emendas. E faço um apelo a todos os Vereadores desta Casa, nós teremos que dar explicação na rua, a partir de janeiro, se o IPTU, como está previsto, mesmo com Emendas do Ver. Isaac, passar por esta Casa. Nós vamos dar muita explicação. Não sei se seremos convincentes. Acho que não o seremos. Temos uma responsabilidade conjunta com o Partido dos Trabalhadores, com o Sr. Prefeito naquilo que é aprovado. Não queremos sacrificar a Prefeitura. A Prefeitura quer recuperar o IPTU como Imposto. Eu acho que é necessário recuperar. Ele foi, ao longo de anos, esvaziado, depauperado. Mas não podemos fazer uma coisa de uma vez só. Não podemos ir com muita sede ao pote. É esta a preocupação que os companheiros Vereadores têm que ter para que saibamos exatamente as conseqüências e o significado daquilo que está sendo votado. Eu já disse ao Vereador Flávio que temos que recuperar o IPTU. Mas isto é uma coisa a ser feita gradativamente, ao longo dos anos. Nem o Governo Federal recupera preços públicos, gravando em 1000% em termos reais. E o IPTU é como o pão, é como o leite, é um valor obrigatório, é um valor que consta do orçamento da família do trabalhador, da família de classe média. Não há como não comprar este produto chamado IPTU. Nós somos obrigados a comprar, todos os habitantes desta Cidade.

É um apelo que faço. E por isto que digo: a discussão do pacote tributário deve ser globalizada, porque já aprovamos alguma coisa. Isto que foi aprovado tem influência nos próximos Projetos que serão discutidos. Não são coisas estanques. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto, a iniciativa ora em discussão, o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis, imposto que pertencia ao Estado e que, pela denominada Reforma Tributária Nacional, passou à competência do Município de Porto Alegre, trazia como percentual, como alíquota, 2% posteriormente, na Casa, ele passa a 3% e, agora, estamos diante de um plano por faixas. Esse tributo, a nosso entender, passa por duas ordens de análise. A primeira delas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se dá com o nível e os critérios de avaliação do valor venal. Então o valor venal é um componente fundamental na análise da matéria. Por que é uma análise fundamental a análise da matéria? Porque dependendo, evidentemente, da visão de avaliação, do maior ou menor rigor, teremos aí uma base de cálculo sobre a qual incidirá o tributo, incidirá o imposto. Então é um valor importante, é um dado fundamental. A esse dado fundamental se pede o quê? Se não a exação, a justiça do órgão fazendário da Administração para que proceda com a mais absoluta correção e justiça fiscal, a avaliação dos bens os quais recairá o tributo. A questão, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se nos afigura deve passar por uma discussão mais abrangente. Entendo, e a gente entende e compreende, as dificuldades e agruras por que passa o Município diante das suas imensas dificuldades, diante da necessidade que tem de dar cobro a Administração às diferentes competências que lhe corresponde, a máquina administrativa, o pagamento dos salários e, por aí vai todo um comprometimento com a despesa. E neste sentido o Governo Municipal busca dinamizar, diria, fortemente, exaustivamente a receita.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se examinarmos o conjunto de matérias que nos é dado decidir, e teremos que o fazer ao termo da convocação extraordinária, me parece que só com uma negociação será capaz de se buscar uma solução que não radicalize a questão da mais importância.

Estamos lidando, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com questões da maior importância, porque diz com a necessidade que tem o Município de recursos, e com a obrigação que tem o Município com todo um comprometimento expresso na despesa pública, que passa pelo pagamento do funcionalismo, prestação de serviços, manutenção, etc.

Então, estamos diante de uma questão que se nos afigura que as posições não podem radicalizar-se.

Parece-me que não seria a melhor política de decisão na Casa derrotar a matéria ou aprovar intacta como chega à Casa.

Parece-me que a negociação, estabelecendo determinados critérios e determinados pontos, capazes de compatibilizar as necessidades do erário, as necessidades de receita com o reflexo, o impacto à bolsa do munícipe é uma questão fundamental que, a nosso entender, é perfeitamente factível, Vereador Flávio Koutzii. Então só a negociação será capaz de salvar matéria tão importante, que são os recursos de que prescinde o Executivo para fazer face à própria Administração. Eu diria que o Município teve um ganho significativo. O Executivo teve uma conquista fundamental, importante e justa, na medida em que instituiu a Unidade de Referência Municipal, que é um padrão capaz de assegurar ao Município a atualidade da receita na medida em que esta unidade, este parâmetro, esta referência, este referencial se atualiza na razão direta da inflação, com base no critério adotado no índice de preços ao consumidor. É bom que tenhamos presente o momento dramático por que passa a economia nacional. Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discutir se nós estamos ou não num período de hiperinflação se nos afigura piada, só pode ser levada à conta de piada. Porque, com previsões na ordem de 55, 60% ao mês, 2% ao dia, isto é hiperinflação, é o descontrole. E são as próprias autoridades fazendárias nacionais que denunciam empresas multinacionais que corrigiram seus preços. Vejam bem. Há uma denúncia forte, onde diz que uma empresa internacional corrigiu seu preço em 700%, agora, no mês. Então isto nos dá o espectro terrível, uma situação profundamente alarmante. Diante deste quadro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que se nos afigura que a negociação para o entendimento se faz imprescindível. É uma proposta que vamos discutir e estou defendendo, que é a negociação capaz de estabelecer aquele equilíbrio fundamental de preservação de recursos ao erário municipal indispensáveis à Administração, mas que também preserve os reflexos e os impactos duros à bolsa do contribuinte. Portanto, ao discutir o ITBI, gostaríamos de dizer que uma negociação poderia, efetivamente, preservar duas questões básicas: a primeira, a necessidade que tem o Município dos recursos e, a segunda questão, que é exatamente o impacto ao nível do munícipe. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Omar Ferri.

 

O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não consegui complementar o meu estudo, mas no entanto assumo esta tribuna para informar a V. Exas que em nome da minha Bancada, o PSB, votarei favoravelmente a esta mensagem do Poder Executivo, que altera o art. 16 da Lei Complementar 197, de 21.03.1989. Eu assinalo que, na mensagem encaminhada pelo Sr. Prefeito Municipal há vários tópicos que eu gostaria de salientar. O Executivo Municipal, pelo que está assinalado em sua mensagem, visa a buscar alíquotas escalonadas, de 2 a 6%, em função do valor venal do imóvel transacionado e visa a onerar menos aqueles contribuintes de menor poder aquisitivo, adquirentes de imóvel de pequeno valor. E assinala também que, se esta alteração tivesse sido executada no início do ano e se estas alíquotas tivessem sido adotadas há mais tempo, seguramente 75% dos contribuintes teriam sido beneficiados. Isto, pelo que diz o Sr. Prefeito em sua mensagem. Neste Projeto, que altera o art. 16 da Lei Complementar 197, o item “a” do Inciso I, dispõe sobre o valor efetivamente financiado - 0,5%. Em primeiro lugar, esta alíquota permanece. Aqui, o Executivo não altera em nada a Lei Complementar 197. Sobre o valor excedente às alíquotas elencadas no inciso II, aqui, evidentemente, existem alterações. Mas vejam bem, a Lei Complementar 197 dizia o seguinte: “nas demais transmissões, 3%”. E a alteração propõe o seguinte: Inciso “b”: “Estimativa fiscal de valor até 700 URM - 2%”. Eu não sei se os Srs. Vereadores sabem o que vale, mais ou menos, hoje, a URM, que foi aprovada há questão de dois dias atrás. Mas, num cálculo rápido, feito há poucos minutos atrás, a URM vale de 250 cruzados novos a 270 cruzados novos. Então isto significa que se esta alíquota estivesse em vigor a partir de janeiro do corrente ano - falo usando de argumento do Executivo Municipal - 75% das pessoas que transacionaram imóveis em Porto Alegre, seguramente seriam beneficiadas, evidente, imóveis de não muito alto valor, digamos assim, de 175 mil a 350 mil cruzados novos. Isto é o que estabelece a letra “a”. A letra “b” estabelece estimativa fiscal de valor acima de 700 URM até 1.400 URM - 3%. Vejam bem, a alíquota está sendo mantida, mas a fórmula adotada agora pelo Executivo é progressiva, quer dizer, mesmo aqueles que vão pagar acima de 350 mil cruzados novos - vão transacionar imóveis – seriam beneficiados por causa do aspecto da progressividade, porque até 700 URM continuariam pagando os 2%. Só na alíquota que excedesse os 700 URM pagariam 3%, mas era a alíquota estabelecida na Lei Complementar anterior, porém, nenhum prejuízo existe, apenas benefício. O problema se dá com a letra “c”: nas estimativas fiscais de valores acima de 1.400 URM até 2.600 URM, quer dizer, nos valores de transação de 500, 600 e até 700 mil cruzados novos, e 6% nos valores cuja estimativa fiscal for 5.600 URM e isto incidiria em imóveis com o valor aproximado a um milhão e 400 mil cruzados novos.

Portanto, Sr. Presidente, eu não vejo nenhuma monstruosidade nesta mensagem do Poder Executivo. Enquanto os senhores da oposição nesta Casa, oposição ao pacote, não vierem com melhores argumentos, eu me permito ficar com a justiça tributária e com a verdade fiscal. Por isto eu votarei nesta proposta de alteração do ITBI. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra, o Ver. Flávio Koutzii.

 

O SR. FLÁVIO KOUTZII: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que chegamos - espero - ao momento da votação. Nós utilizamos a tribuna para indicar duas coisas muito simples e que eu acho que, independente do resultado desta votação, entrarão nos nossos futuros debates políticos e a respeito da forma como representamos aqui o governo da Cidade, a seguinte questão: ao contrário do que disse o Ver. Dib, não há uma sede de impostos neste caso; sobretudo, o que nos moveu a propor modificações no ITBI foi apenas à sede de justiça. Até mesmo fora o raciocínio tático, o que dominasse as nossas considerações, poderíamos até tê-lo deixado de lado, porque do ponto de vista da resultante financeira, se aprovado for, ela produz, no máximo, uma variação de 10% sobre o que hoje já é recolhido através do ITBI. Insisto, tanto com os Vereadores da minha Bancada, quanto com os Vereadores dos outros partidos, que os cálculos feitos pela Secretaria da Fazenda revelam que isto daria um acréscimo verdadeiramente insignificante. Então, por tática, melhor não trazê-lo aqui já que tínhamos o discurso de que se tratava de um pacote e de muitos projetos ao mesmo tempo. Por desejo de aumento de arrecadação, irrelevante. Então, por quê? Porque da mesma razão que nós nos atrevemos um mês antes das eleições, a fazer aquilo que poucos governos têm a coragem de fazer mesmo depois da eleição, que é enfrentar o debate público, e seu eventual desgaste, e eventual distorção, mas enfrentar a obrigação número um, a necessidade vital de trabalhar em torno das questões que hoje debatemos, e vamos decidindo projeto a projeto, com a mesma serenidade, com o mesmo critério. Nós preferimos agregar um projeto mais para sermos fiéis a uma questão que defendemos na outra oportunidade, que é a progressividade, critério político e social, é uma bandeira do PT, é justiça na sociedade, e é por isso que esse é o centro da nossa motivação. Portanto manteremos o nosso projeto, ele foi muito bem explicado, inclusive com relação à distribuição das alíquotas, tanto na intervenção do Ver. Ferronato, quanto na intervenção do Ver. Ferri. E eu ao deixar a tribuna não gostaria de perder a oportunidade de destacar a manchete desse órgão cada vez mais suspeito, que é o Jornal Zero Hora, que diz o seguinte: “Estados Unidos ataca Noriega, confusão no Panamá”, achando que merece, depois, estudos a nível de lógica que este jornal passa a ter, o mesmo jornal que ontem censurou uma crônica de Luiz Fernando Veríssimo, substituindo-a por uma de Moacir Scliar, sem seu conhecimento, porque parece que a opinião política independente desse extraordinário cronista não coincide com o engajamento total do Jornal Zero Hora na campanha de Collor, engajamento esse que, e me dirijo à Bancada do PDT, deveríamos ter feito essa observação na oportunidade, aquele dia quando Collor e Brizola estavam no Estado, onde Collor fez três pequenos encontros, e Brizola três grandes comícios - Santa Maria, Rio Grande e Pelotas - e isso não apareceu na primeira página. Grande equilíbrio jornalístico desse jornal cada vez mais mal-cheiroso. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO, por 14 votos contra 13. Seriam necessários, por se tratar de Projeto de lei Complementar, 17 votos favoráveis.

 

PROC. Nº 3296/89 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 106/89, que altera dispositivos das Leis nos 3615, de 10 de janeiro de 1972; 5857, de 09 de janeiro de 1987, e 6323, de 30 de dezembro de 1988.

 

Parecer Conjunto:

- da CJR, CFO e CUTHAB. Relator Geral Ver. Elói Guimarães: pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, tivemos a oportunidade de examinar e dar o parecer no presente Projeto, que altera dispositivos desatualizados das Leis n°s 3.615, 5.857 e 6.323. Uma vez, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que foi instituída a Unidade de Referência Municipal, criou-se, a partir deste momento, um parâmetro, um padrão, um referencial que deve nortear, vejam bem, toda a relação que envolve os interesses fiscais e monetários do Município. Propõe o Município, portanto, a referida alteração escalonada na forma de URM, é a multa que é uma das modalidades da pena e, ao nosso entender e sustentamos o parecer de que a grande finalidade da pena não é servir de recurso, ingresso ao erário público. Não, absolutamente, não; se nos afigura a grande finalidade da multa como pena, é exatamente, estabelecer caráter pedagógico, o aparato que ela contém, no sentido de advertir aos munícipes que não transgridam, não infrinjam, em última análise, que se comportem como cidadãos civilizados no respeito às posturas e cumprimento das obrigações que lhe correspondem como cidadão. Então, nós entendemos que se trata de um Projeto indispensável, não pelo que ele possa representar em termos arrecadatórios, porque a própria finalidade da pena, da multa, a isso não se propõem, mas pelo que ele representa de pedagógico, a educação nas questões que dizem com interesse da comunidade do Município como um todo.

Então, nos parece que o presente Projeto, que escalona é bem verdade, tem um peso significativo, embora não se preste a ser uma fonte de arrecadação, o presente Projeto é inteiramente bom. A nosso entender, deve ser aprovado porque atualiza, através de URN, as multas a serem aplicadas àquele que não cumprir as posturas municipais. Trata-se apenas de uma atualização insignificante, na medida em que preenche uma das finalidades fundamentais da pena que é, antes de mais nada, advertir para que não se cometa a infração. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para discutir, com a palavra, o Ver. Airto Ferronato. V. Exª tem 10 minutos.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, este Projeto deve ser aprovado. Acredito que um dos graves problemas, um dos maiores problemas que nós temos, quando da fiscalização, é exatamente o valor inexpressivo da penalidade aplicada. E este valor inexpressivo faz com que seja até um incentivador à sonegação fiscal. Portanto, nós entendemos que ele vem num momento oportuno, e mais, nos preocupamos com o valor atribuído a esta penalidade. Nós acreditamos que quanto maior for a penalidade imposta, menor é a probabilidade de sonegação. Portanto, acreditamos que é indispensável a aprovação deste Projeto até para indiretamente trazer maior recurso financeiro ao erário municipal dizendo que acreditamos que exatamente é o fato de aumentar-se a penalidade imposta, alguma coisa que venha a trazer mais recurso, dada a probabilidade de menor sonegação fiscal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira discutir, encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento subscrito pelo Ver. Flávio Koutzii, solicitando que o processo recém aprovado seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua redação final, considerando-a aprovada nesta data. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Não havendo mais matéria constante na Ordem do Dia desta Sessão Extraordinária, encerramos os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 12h01min.)

 

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